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residência gonçalves
gonçalves-mg, 2002
O desafio deste projeto foi tirar partido dos conhecimentos construtivos da mão de obra da pequena cidade serrana de Gonçalves.  A opção por técnicas e materiais tradicionais – tijolos de barro, madeira e telha cerâmica – responde à contenção de gastos pretendida e as dificuldades construtivas que se imaginava encontrar.
 
Da compreensão do sítio nasceu o desenho de implantação: o terreno – um corte existente numa encosta de mais de 80m - é debruçado sobre uma estrada de terra de onde sobe poeira que inunda a frente do lote; a casa estende-se por dois blocos que, transversais, desenham um pátio protegido que se volta à subida da colina. Os blocos definem as zonas de uso comum – sala, cozinha e lazer - e de uso privado – quartos e banheiros; são unidas por um vestíbulo que indica o acesso principal e a distribuição de circulações. As circulações e espaços de convivência são voltados ao pátio, estabelecendo um local de uso intenso e efetivo neste ponto privilegiado do terreno.
 
As limitações técnicas e financeiras tornaram esta obra uma homenagem à construção local, de modo que a casa pretende tornar-se parte do rarefeito conjunto construído da região, como mais um dado da paisagem. Presta também homenagem ao arquiteto Fernando Távora, de quem se toma emprestada a solução de meia tesoura com tirante em aço, como síntese deste raciocínio de projeto.